sábado, 25 de maio de 2013

Temporada de Sérgio Vaz é sucesso na Alemanha

Auditório lotado na Embaixada Brasileira em Berlim, para palestra de Sérgio Vaz - Foto: Tainã Mansani
O poeta em uma esquina de Berlim - Foto: Facebook
“Com licença, vou ler a minha poesia do modo como eu faço lá na mesa do bar.” Foi deste jeito que o poeta Sérgio Vaz se dirigiu à plateia na Embaixada do Brasil em Berlim, na apresentação inaugural da Semana da Literatura Marginal, na última quarta-feira, dia 22.
E também foi deste jeito que a jornalista Tainã Mansani iniciou sua reportagem para a revista Forum dando conta da calorosa receptividade de Vaz na Alemanha. O poeta e ativista cultural está realizando palestras, debates e saraus nas cidades de Berlim, Hamburg e Köhl (Colônia) até o próximo 31 de maio.
Ontem, sexta-feira dia 25, o líder da Cooperifa esteve na Universidade de Hamburg, na sala do Instituto Camões para falar do “Milagre da Poesia”. Nada mais apropriado que este título. No meio da apresentação, um jovem alemão, de nome Till, levantou-se e disse: “Eu já fui no Sarau da Cooperifa em 2008 e fiquei transformado pela poesia”. O coração de Sérgio Vaz inflou feito o zepelin inventado lá mesmo na terra germânica onde ele hoje entorna os seus versos e lições de vida.
Assim como o dramaturgo Plínio Marcos contava as histórias das quebradas do mundaréu, “onde o vento encosta o lixo e as pragas põem seus ovos”, Sérgio Vaz desencava a sua poesia “das ruas que os anjos não costumam frequentar”, disse ele no auditório da Embaixada Brasileira.

Quando Sérgio Vaz chegou em Hamburg, a Cooperifa já havia chegado lá. 
Foto: Facebook
Visibilidade da palavra periférica
Responsável pela ida de Sérgio Vaz à Alemanha, a pesquisadora alemã Ingrid Hapke, doutorada em literatura marginal do Brasil, critica a postura discriminatória de muitos perante a literatura desenvolvida hoje em dia na periferia da Grande São Paulo. “A complexidade das múltiplas linguagens artísticas e a inserção desse movimento num campo cultural mais amplo não são considerados”, afirmou Ingrid à repórter Tainã Mansani.
Quem também firmou sua tese acadêmica sobre o fenômeno poético da Cooperifa foi o alemão Mário Schenk. Igualmente entrevistado pela correspondente da revista Fórum, ele aponta a visibilidade pública como a grande conquista dos coletivos literários dos subúrbios paulistanos.
A viagem de Sérgio Vaz conta com o apoio da Eurotur (de Ali Sati, secretário da Cultura de Taboão da Serra), do Ministério da Cultura, do Itaú Cultural, editora Global, do coletivo Urban Atitude e da Fundação Heinrich Böll.

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